BERLIM, 5 de set de 2005 às 13:08
O Arcebispo do Berlim, Cardeal Georg Sterzinsky, concedeu uma entrevista ao jornal “Neuen Bildpost”, na qual assinalou que na sexualidade humana, tanto no matrimônio como o celibato, “não se pode amar por provar”.
Em referência às relações sexuais, afirmou que “ainda contra o espírito mundano e uma amplamente difundida praxe, a Igreja deve manter com firmeza, que as relações sexuais estão reservadas ao matrimônio”.
“Hoje em dia –continuou o Cardeal– se torna complicado fazer compreender todas as implicâncias das relações sexuais e ao mesmo tempo afirmar com convicção que as relações pré-matrimoniais não convêm à natureza do homem”.
O Cardeal Sterzinsky, que é Presidente da Comissão para o matrimônio e a família da Conferência Episcopal Alemã, lembrou que “a visão de fé da Igreja não desvaloriza a união sexual, mas pelo contrário, valoriza-a altamente”.
“Por sua própria natureza, esta união sexual, é expressão do maior amor que se pode entregar e da mas profunda unidade físico-espiritual. Por isso não é possível ‘amar para experimentar’ nem aspirar a uma unidade físico-espiritual ‘só por experimentar’.
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Tampouco é possível oferecer um amor tal a um casal instável. ‘Cada qual se torna responsável por aquele com quem se familiarizou’, daí que só seja possível o pleno compromisso com alguém por quem se assumiu responsabilidade”, indicou.
Sobre o divórcio, o Cardeal precisou que a permanência do vínculo matrimonial até a morte do cônjuge “não é determinada pela Igreja, mas é disposto por Deus, por isso a Igreja não pode abolir a indissolubilidade do matrimônio, nem sequer por compaixão aos próximos que possam estar sofrendo em seu matrimônio, justamente pela compreensão que tem do mesmo. A eles, a Igreja lhes recorda sempre, que o matrimônio permanece sob a bênção de Deus e que a cada cônjuge que se esforce sempre por viver o amor de autodoação, é-lhe dado como graça a força para permanecer fiel ao outro”.
Respeito ao celibato, o Arcebispo de Berlim assinalou que “a especial valorização do celibato não é resultado de desvalorizar ou de desprezar o corporal. Não se trata de uma negação do corporal, mas sim de uma visão de fé: o matrimônio é provisório e finito”. O cristão pode chegar à comunhão com Deus de maneira imediata e sem necessidade do matrimônio, se fosse chamado a isso e recebe a respectiva graça.
“O cristão pode antecipar o Reino de Deus definitivo e assumir livremente viver o celibato como sinal do Reino de Deus. A valoração do matrimônio não se veria diminuída, com a valoração da vida celibatária, ao ser cada uma uma vocação específica”, recordou o Cardeal Sterzynski.